quinta-feira, 14 de agosto de 2008
Tens Dias
Cinzentos,
De melancolia,
Em que tudo desaba
E teus ombros são fracos
E não aguentam o peso do mundo,
Qual suporte nas tuas costas delicadas.
Tens dias…
Coloridos,
De exultação,
Em que tudo exclama
Numa explosão de cores inconstantes,
Com vontade própria, que nunca param…
Qual beleza selvagem de um quadro pitoresco!
Tens dias…
Maus e bons,
De altos e baixos.
Dias teus que só a ti pertencem
Os quais só tu podes modelar e transformar…
Tens dias…
Que comigo decides partilhar
E fazes dos meus dias...
Dias bem melhores!
segunda-feira, 30 de junho de 2008
Utopia
Permanecem no céu
Tudo o que resta de um sol
Que aos poucos se pôs no horizonte
Pequenos raios
Que brilham débeis
Combatendo a escuridão
Num interminável crepúsculo
Crepúsculo incerto
Que antecipa a negrura
Que tolda visão e quimera
Que nos deixa vazios, sem sonhos
Dá-me a mão
Antes que o céu expluda
Em nuvens de tons negros
Sem esperança de sol e de azul
Dá-me a mão
E de sonhos a cores
Construiremos utopia
Raios de luz impenetráveis
domingo, 18 de maio de 2008
Talvez a loucura seja a única maneira
De encontrar alguma perfeição...
Num mundo doido...num mundo nosso!
Onde tanto sabemos sobre tecnologias
E tão pouco sobre nós!
Onde tão facilmente escutamos
Um telefone, um carro, um computador...
E nos é tão dificil parar e escutar,
Por um só minuto...único...singular,
Nas vinte e quatro horas dos nossos dias,
O som do nosso coração, o chamar da alma
E dos sonhos que um dia viveram em nós,
Mas que acabaram perdidos no tempo...
Juntamente com a inocência
E aquele brilho no olhar...
Deixados...esquecidos numa prateleira
Agora poeirenta...raramente visitada!
Escondemos as nossas verdades,
Os nossos problemas e tristezas
Por detrás de uma pele frágil,
Coberta pela mascara feita de maquilhagem,
Comprimidos, mentiras...
Os nossos amigos, sempre fieis...
Sempre connosco...
A pintar uma falsa alegria
Em rostos marcados pela mágoa!
quarta-feira, 14 de maio de 2008
You...
I travelled far with blinded eyes
The sun on my face
The only warmth I knew
I was beaten and broken
By secrets and lies
Got deceived by beauty
And was left burning in a desert
Getting lost in a fantasy
So I daydreamed
And as I lost myself
My fire dimmed
And took me in your arms
Carrying my frail body
Out of the sun and into the stars
And when I looked up
It was your eyes I found
And I was finally able to see
Everything that is beautiful in me
To tell you that I’d like you
To be mine
I was able to find
A kind of warmth
The sun can’t provide
Tonight I wrote these lines
To tell you I’d like you
To be mine
terça-feira, 13 de maio de 2008
segunda-feira, 12 de maio de 2008
Princesa Que Choras
Princesa que choras,
Só, no cimo da mais alta torre,
Onde tantos desejam chegar
E tuas lágrimas enxugar.
Princesa que choras,
Vertendo lágrimas amargas
Que, como um vasto rio de mil tristezas,
Correm a teus belos pés.
Princesa que choras,
Gotas perfeitas e desesperadas,
Pela memória do que foi e não mais voltou
Para em teus braços ficar.
Princesa que choras
Pelo buraco que em teu peito deixou,
Que nenhuma fada conseguiu coser
Com suas linhas de condão.
Princesa que choras,
Seca tuas lágimas e desce da tua torre,
Desenha linhas de esperança e perfeição
E faz para ti um novo coração!
domingo, 11 de maio de 2008
"É urgente o amor"
"É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer."
quarta-feira, 7 de maio de 2008
Delicadamente,
Num beijo de Verão...
Num toque...num abraço...
Numa doce canção.
Enquanto te dizias entregar,
Com palavras belas,
Com as tuas promessas...
Feitas hoje e de eterna duração.
Mas esse hoje já lá vai,
Num ontem longínquo,
E o sempre que me prometeste
Parece ter-se apagado em ti.
O coração que pensava pertencer-me
Levaste-o contigo...
E deixaste os pedaços do meu
Para eu apanhar.
Quando a coragem veio
Tentei colá-lo,
Mas ele não estava novo,
Pois o teu nome prevalecia
Gravado bem fundo...
Como se a queda não o tivesse afectado...
Como se no chão não tivesse tocado...
E ainda hoje não se apaga...
Mas de que me vale o teu nome,
Gravado no meu coração,
Se tão longe estão os teus beijos de Verão?
Para ela...porque não gosto de a ver sofrer assim, queria conseguir protegê-la!
Para ela...porque a adoro!
terça-feira, 6 de maio de 2008
Quando...
E tu o meu inspirador...
Eu escrevia coisas lindas,
Sobre a paixão e o amor!
Quando eu era a tua escritora,
E tu a minha história...
Eu escrevia sobre sonhos distantes,
Sobre a nossa vitória!
Quando eu era a tua namorada,
E tu o meu mais que tudo...
Eu dava-te o sol e a lua,
E tu fazias de mim o centro do mundo!
Agora eu sou tua...
Mas tu a mim deixaste de pertencer.
Ficou no teu lugar um buraco...
Que eu não sei como preencher!
quinta-feira, 27 de março de 2008
Joaquim
Profundos e expressivos...
Aparentemente destemido,
Interiormente frágil.
Por vezes calado...sossegado,
No seu canto...absorvido em si
(Oh, como eu gostava de compreender
O que se passa dentro de ti!).
Outras vezes falando, numa voz melodiosa,
Sorrindo um sorriso raramente belo
(Como eu gostava de aprender
A arte de o fazer aparecer!)...
Mas sempre encantando e espalhando mistérios
(Que eu tanto anseio desvendar!).
Ele que voa bem alto,
Tão alto quanto a imaginação,
E eu imagino voar ao seu lado...
No toque quente da sua mão.
Ele, que me encontrou,
E que tudo mudou,
As certezas e verdades,
Quando me tocou, quando me beijou.
Ele, que acordou em mim sentimentos
Novos, desconhecidos...inspiradores.
Ele, que se tornou necessário!
E com paciência e cuidado
Foi ficando...foi conquistando
Aquilo que era só meu...eu!
segunda-feira, 3 de março de 2008
Sem Saber
Sobre coisas que nunca senti,
Apenas vi
Reflectidas no olhar
Daqueles que à minha volta
Sorriam, choravam,
Sentiam!
Por desejo fingi
Saber o que escrevia...
Mas na verdade,
Eram só anseios...
Algo distante... Fora de alcance...
Como eu tanto queria.
Sem saber fiz sentido
Nas palavras que escrevi.
E agora?! Sinto...
Rio... Choro...
Porque encontrei em ti
A resposta ao desejo
E não mais preciso de fingir.
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
Quando tu vais
E a porta fecha
E eu fico só...
com o silêncio,
A solidão,
Do único som
A minha pulsação,
Constante, regular...
Sempre o som,
Repetidamente, loucamente...
À recordação,
De ti...de nós.
Quando tu vais...
E o carro desaparece,
No horizonte da estrada,
E me inunda um rio de lágrimas,
Tristes...amargas.
Quando tu vais...
E eu sei que o teu abraço
Vai estar distante,
E os teus beijos
Fora de alcance,
É nesses momentos
Que eu tenho a certeza,
De preferir sofrer à tua partida,
Do que não te ter de todo
E esperar então anciosamente...
Outra nova despedida.
domingo, 24 de fevereiro de 2008
Nós
Tu não complicas.És-me estranho na calma,
Na paciência...na aceitação!
O meu pequeno grande mistério,
Eu sou um drama!
Faço tempestades em dias de sol,
Arranco lágrimas na alegria,
Sou curiosa e interrogatória.
Não deviamos funcionar...
O racional com a loucura?
A paciência com o frenesim?
O mistério com a curiosidade?
Mas funcionamos...
Sem saber como... e sem entender porquê,
Nós funcionamos!
Com a tua paciência respondes à curiosidade,
E com calma enfrentas as minhas inseguranças.
Deixas-me falar, falar, falar...
E ouves sempre...
Agarras a minha mão
Envolves-me nos teus braços
E o mundo dissolve-se.
Num só beijo e num só toque,
Levas-me longe,
Onde nunca pensei ir
E aí tudo deixa de importar.
Não interessa que não nos compreendam,
Ou que por vezes nos compreendam
Melhor que nós próprios!
Pois nas nuvens não há razão,
Não há certo nem errado.
Apenas a certeza de que voamos juntos.
sábado, 23 de fevereiro de 2008
Saudade
Os dias
Traiçoeiros na sua duração,
Que se estendem e desdobram
Na ausência do anseio do coração.
E nessa ânsia, as horas parecem dias...
Os dias parecem anos...
Até tu chegares.
Aí, o tempo passa
Mais rápido do que devia.
Cada segundo é precioso!
E cada hora passa
Como se de um minuto se tratasse.
E chegada a hora da despedida,
A vontade de deixar o abraço quente
É algo inexistente, ausente.
Aquele beijo...
Fica gravado na memória
Enquanto aguarda-mos o próximo,
Tão distante, tão longinquo.
E as lágrimas?!
Que caem quando a armadura cede,
Plenas em tristeza,
Mas uma forma de sentir leveza.
O soltar do peso da saudade
Que eu carrego na tua ausência.
