quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Quando tu vais

Quando tu vais...
E a porta fecha
E eu fico só...
com o silêncio,
A solidão,
Do único som
A minha pulsação,
Constante, regular...
Sempre o som,
Repetidamente, loucamente...
À recordação,
De ti...de nós.

Quando tu vais...
E o carro desaparece,
No horizonte da estrada,
E me inunda um rio de lágrimas,
Tristes...amargas.

Quando tu vais...
E eu sei que o teu abraço
Vai estar distante,
E os teus beijos
Fora de alcance,
É nesses momentos
Que eu tenho a certeza,
De preferir sofrer à tua partida,
Do que não te ter de todo
E esperar então anciosamente...
Outra nova despedida.

By Carla Ascensão


domingo, 24 de fevereiro de 2008

Nós

Tu não complicas.
És-me estranho na calma,
Na paciência...na aceitação!
O meu pequeno grande mistério,
Eu sou um drama!
Faço tempestades em dias de sol,
Arranco lágrimas na alegria,
Sou curiosa e interrogatória.
Não deviamos funcionar...
O racional com a loucura?
A paciência com o frenesim?
O mistério com a curiosidade?
Mas funcionamos...
Sem saber como... e sem entender porquê,
Nós funcionamos!
Com a tua paciência respondes à curiosidade,
E com calma enfrentas as minhas inseguranças.
Deixas-me falar, falar, falar...
E ouves sempre...
Agarras a minha mão
Envolves-me nos teus braços
E o mundo dissolve-se.
Num só beijo e num só toque,
Levas-me longe,
Onde nunca pensei ir
E aí tudo deixa de importar.
Não interessa que não nos compreendam,
Ou que por vezes nos compreendam
Melhor que nós próprios!
Pois nas nuvens não há razão,
Não há certo nem errado.
Apenas a certeza de que voamos juntos.

By Carla Ascensão


sábado, 23 de fevereiro de 2008

Saudade


Os dias
Traiçoeiros na sua duração,
Que se estendem e desdobram
Na ausência do anseio do coração.
E nessa ânsia, as horas parecem dias...
Os dias parecem anos...
Até tu chegares.
Aí, o tempo passa
Mais rápido do que devia.
Cada segundo é precioso!
E cada hora passa
Como se de um minuto se tratasse.
E chegada a hora da despedida,
A vontade de deixar o abraço quente
É algo inexistente, ausente.
Aquele beijo...
Fica gravado na memória
Enquanto aguarda-mos o próximo,
Tão distante, tão longinquo.
E as lágrimas?!
Que caem quando a armadura cede,
Plenas em tristeza,
Mas uma forma de sentir leveza.
O soltar do peso da saudade
Que eu carrego na tua ausência.

By Carla Ascensão