sábado, 31 de julho de 2010
quinta-feira, 29 de julho de 2010
"The Laws Of Illusion"
Foi um dia maravilhoso aquele passado na cidade, estava um calor abrasador que nos aquecia (até demasiado) por fora e, depois, nós tratávamos de nos aquecer um ao outro por dentro, com sorrisos, mãos dadas e beijos roubados (serão ainda roubados se forem consentidos pelo outro?) entre os mais variados tons de azul.
Mas o dia, como qualquer dia que é ansiado e bem passado, foi demasiado curto, passou demasiado depressa, os relógios aceleraram e depressa chegou o pôr-do-sol e com ele a hora da nossa despedida. Sentámo-nos na estação, ansiosos, à espera do comboio. Eu disse-te que ia ter saudades tuas umas mil vezes e, depois, ainda disse mais algumas, tu sorrias sempre e dizias (no teu optimismo e paciência incontornáveis) “Passa depressa, vais ver” e eu sorria-te e fingia acreditar, contando-te logo a seguir das saudades que ia sentir. A espera terminou depressa, o comboio chegou (mais rápido do que qualquer um de nós desejava) e nós corremos de mãos dadas, cabelos ao vento até chegar à minha carruagem, onde nos despedimos com mil e um beijos apressados, qual cena de filme romântico! E, por falar em filme romântico, neste momento eu não pude evitar lembrar-me do final de um dos meus filmes preferidos. Tu sabes, o Before Sunrise! Pois bem, também eles, no final, se despedem apressadamente ao pé do comboio que vai levar a Celine para longe do Jesse e depois há aquele pequeno momento em que o Ethan Hawke faz uma expressão facial (que dura sensivelmente um milésimo de segundo) que eu proclamo que o faz parecer tu (ninguém o vê se não eu, mas eu sei que está lá).
Que me dizes, encontramo-nos naquele mesmo sitio daqui a seis meses? Eu canto-te uma valsa.