segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Sounds perfect
Vou sempre ao teu encontro com uma pergunta em mente. As perguntas são sempre diferentes, embora na verdade sejam só variáveis da mesma pergunta essencial. Eu formulo a minha pergunta com cuidado, precaução e numa linguagem simples, directa e concisa (os rodeios e floridos só atrapalhariam). Eu coso as palavras umas às outras com tanto brio quanto o de uma costureira Chanel a fazer o vestido mais importante da nova estação. De maneira que quando saio ao teu encontro levo sempre a pergunta na ponta da língua, prontinha a sair a qualquer momento… Mas depois vejo-te e, num repente, sem que eu saiba como, a minha língua enrola-se, as linhas partem e o vestido cai deixando-me despida precisamente no momento em que te alcanço. Tu, tomando partido do meu deslumbramento por ti, distrais-me dos meus pensamentos das melhores formas possíveis e eu (deslumbrada) deixo-me ir e esqueço perguntas e vestidos… Até ao momento em que nos separamos e eu me lembro que não te cheguei a perguntar se somos um do outro.